Análise de abordagem de ensino de produção de texto em LP numa classe de inclusão com alunos surdos e ouvintes

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Esta dissertação de mestrado é um estudo de caso que faz uso de instrumentos da microetnografia com o objetivo de analisar pela primeira vez a abordagem de ensinar Língua Portuguesa de uma professora, ouvinte, de Produção de Texto que rege uma turma de inclusão com alunos surdos bilaterais/profundos e ouvintes do 2 ano do Ensino Médio de uma Escola Pólo, pública, de uma cidade satélite de Brasília. Tal escola contava com uma clientela de setecentos e vinte e três alunos e desse total quarenta e nove eram surdos. A turma observada durante o período de dois bimestres era formada por trinta alunos ouvintes mais seis alunos surdos dos quais apenas um é oralizado. Essa turma de inclusão conta com a interpretação simultânea de um professor intérprete de Libras/Português/Libras, com certificação Prolibras 2007, que também é um dos participantes desta investigação e ora apresenta o relatório final desse trabalho. O material empírico foi levantado partindo-se da observação participativa desenvolvida pelo investigador enquanto realizava suas interpretações simultâneas nessa turma e organizadas em forma de notas de campo e/ou relatos informais e verbatim quotation. Algumas aulas, também, foram filmadas e selecionadas para transcrição de falas e sinais. Foram aplicados dois questionários (auto-aplicados), um questionário para levantamento de atitudes para com a L-alvo (modalidade escrita do Português), baseado no QUALE de Horwitz (1985) e foi feita, ainda, uma entrevista focalizada com posterior transcrição das falas. Os resultados da análise evidenciam (i) a necessidade do ensino da modalidade escrita da Língua Portuguesa como segunda língua para alunos surdos, (ii) a necessidade de se repensar a inclusão escolar para o ensino de alunos surdos e ouvintes e (iii) a necessidade de se repensar o chamado currículo regular comum da educação básica. Revela ainda que o Serviço de Apoio em turno contrário, previsto e regulamentado por Lei Distrital, e a adoção do concurso do intérprete de sinais, previsto e regulamentado por Lei Federal não tem se mostrado suficientes para a aprendizagem satisfatória da modalidade escrita da Língua Portuguesa como segunda língua para alunos surdos bilaterais/profundos sem perder de vista que a Libras é a L1 e que os alunos surdos, na condição descrita aqui, não têm acesso a insumo oral na Língua Portuguesa e que o único produto lingüístico viável e natural em Língua Portuguesa só é possível na sua modalidade escrita.

ASSUNTO(S)

insumo e produto pl2 for the deaf bsl input and output pl2 para surdos libras approach linguistica aplicada abordagem

Documentos Relacionados