Análise da fauna flebotomínica (Diptera: Psychodidae) em Barra do Garças, Estado de Mato Grosso, Brasil, e a influência das variáveis ambientais na densidade vetorial de Lutzomyia longipalpis (Lutz & Neiva,1912)
AUTOR(ES)
Queiroz, Mirian Francisca Martins, Varjão, Jane Ramos, Moraes, Sinara Cristina de, Salcedo, Gladys Elena
FONTE
Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical
DATA DE PUBLICAÇÃO
2012-06
RESUMO
INTRODUÇÃO:Leishmanioses são doenças infecciosas e parasitárias de caráter zoonótico, não-contagiosas, transmitidas por vetores, causada por protozoários do gênero Leishmania. No Brasil, o principal vetor da Leishmania (Leishmania) infantum chagasi (Cunha & Chagas, 1934) é o Lutzomyia longipalpis. Barra do Garças, no Estado de Mato Grosso, é prioritária pelo Ministério da Saúde para a leishmaniose visceral americana, sendo importante conhecer as espécies de vetores presentes no município. O objetivo foi levantar os flebotomíneos e estudar a influência das variáveis ambientais sobre a densidade vetorial de L. longipalpis. MÉTODOS: Realizou-se um monitoramento entomológico em três bairros com registro de casos humanos de leishmaniose visceral americana. Utilizando armadilhas luminosas CDC, calculou-se a frequência relativa e riqueza de flebotomíneos e aplicou-se um modelo de função de transferência para verificar a correlação da densidade vetorial com a umidade relativa do ar. RESULTADOS: A fauna de flebotomíneos foi composta por 2 gêneros e 27 espécies, totalizando 8.097 indivíduos. No monitoramento prevaleceu L. longipalpis (44%), seguida por L. lenti (18,9%), L. whitmani (13,9%), L. carmelinoi (9,1%), L. evandroi (5,1%), L. termitophila (3,3%), L. sordellii (1,9%) e outras vinte espécies (abaixo de 4%). A proporção de machos para fêmeas foi 3,5:1. Observou-se uma alta diversidade de espécies (Dα=6,65). L. longipalpis apresentou picos de ocorrência durante a estação chuvosa; não havendo correlação temporal entre sua frequência e temperatura, mas sim com a umidade relativa do ar. CONCLUSÕES: A presença de L. longipalpis na área urbana de Barra do Garças, MT destaca a mudança do perfil da doença, antes restrita ao ambiente silvestre.
ASSUNTO(S)
flebotomíneos leishmanioses séries temporais lutzomyia longipalpis
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