Análise comparativa das percepções em saúde bucal de adolescentes grávidas e não grávidas: um ponto de partida para a promoção em saúde bucal

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

01/01/2002

RESUMO

Esse estudo buscou conhecer as percepções sobre saúde bucal de um grupo de adolescentes grávidas e não grávidas, com características sociais e econômicas semelhantes e de mesma faixa etária. Também foi avaliada clinicamente a necessidade de tratamento odontológico do ponto de vista da cárie dentária e doença periodontal de todas as participantes no intuito de verificar se havia diferença clínica significativa no estado de saúde bucal dos dois grupos. Pretendeu-se observar, através do relato das adolescentes, o impacto da gravidez como interferência no comportamento ou nas condições de saúde bucal das mesmas. O trabalho de campo desenvolveu-se por meio de entrevistas individuais com 60 adolescentes (30 grávidas e 30 que nunca haviam vivenciado gravidez), de idades compreendidas entre 12 a 18 anos. Todas as adolescentes moravam na vila São José, periferia de Belo Horizonte-MG. A pesquisa baseou-se nos princípios e conceitos da epistemologia qualitativa com tratamento estatístico de alguns dados sobre condição de saúde bucal, obtidos através de exame clínico, visando a complementaridade das informações. Verificou-se não haver diferença nos comportamentos e crenças em saúde bucal em ambos os grupos. A odontologia não foi prioridade para as adolescentes deste estudo apesar destas valorizarem muito a estética em seus discursos. O dentista foi lembrado nas ocasiões de emergência. A gravidez não foi vista como causa de alterações bucais nem sequer empecilho para tratamento odontológico. Entretanto uma alta proporção das adolescentes não procurou o dentista nos últimos 12 meses. Não houve diferença estatística nos índices CPOD dos grupos das adolescentes grávidas (5,9) e não grávidas (5,4), apresentando-se alto em ambos os grupos. A cárie foi a alteração bucal mais citada embora não tenha sido percebida como doença pelas adolescentes. Para as alterações periodontais, verificou-se a necessidade de procedimentos simples posto que o sangramento gengival foi a afecção periodontal mais prevalente, diagnosticada em 90% do total das adolescentes. O cálculo foi diagnosticado em 50% das adolescentes, a bolsa rasa em 20% e a bolsa profunda em apenas uma jovem (1,66%). Não houve diferença estatística na prevalência de tais alterações entre os grupos. Assim, observou-se que 90% das participantes do estudo necessitavam de orientação para higiene e profilaxia, 50% precisavam de raspagem, 20% requeriam curetagem subgengival e para apenas 1,66% foi indicado tratamento cirúrgico.

ASSUNTO(S)

saúde bucal - teses gravidez na adolescência - teses cáries dentárias - teses doença periodontal - teses gravidez na adolescência decs

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