Análise comparada da ultraestrutura dos espermatozóides e morfologia da glândula branquial em espécies de Cheirodontinae (Characiformes : Characidae)

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

A tese é divida em três capítulos, seguindo as regras da revista Journal of Morphology. O primeiro capítulo descreve a ultraestrutura dos espermatozóides de seis queirodontíneos inseminadores pertencentes à tribo Compsurini (Kolpotocheirodon theloura, Compsura heterura, Acinocheirodon melanogramma, Saccoderma hastatus, "Odontostilbe" dialeptura e "Odontostilbe" mitoptera), e de quatro espécies de fertilização externa, três destas pertencentes à tribo Cheirodontini (Cheirodon interruptus, Serrapinnus calliurus, e Serrapinnus heterodon) e uma espécie incertae sedis na subfamília (Odontostilbe pequira). Os espermatozóides de espécies de fertilização externa mostram estruturas conservativas e os espermatozóides de espécies inseminadoras apresentam mudanças estruturais, principalmente no núcleo espermático. As espécies da tribo Compsurini apresentam espermatozóides com peças intermediárias mais longas, que se estreitam progressivamente no sentido distal, e vesículas mais largas e em menor número. Em espécies de fertilização externa as peças intermediárias são mais curtas e terminam abruptamente, e as vesículas são menores e em maior número. Uma matriz foi construída baseada em dez caracteres da ultraestrutura dos espermatozóides.Obteve-se uma hipótese de relações parcialmente resolvida entre espécies inseminadoras. A análise somente de caracteres de ultraestrutura de espermatozóides, no entanto, não foi informativa para a hipótese de relações entre espécies de fertilização externa. As relações entre os membros de Cheirodontinae e a evolução da morfologia dos espermatozóides são discutidas. O segundo capítulo descreve a ultraestrutura dos espermatozóides da espécie inseminadora Macropsobrycon uruguayanae. Os espermatozóides apresentam núcleos moderadamente alongados e cromatina elétron-densa. Durante a espermiogênese a rotação nuclear acontece, deixando o flagelo posterior ao núcleo. Os centríolos sãoparalelos, e o centríolo proximal é ligeiramente anterior ao distal. A ponta do centríolo proximal encontra-se dentro da rasa fossa nuclear. Estrias centriolares denominadas de rootlets partem de ambos centríolos. Nove microtúbulos acessórios circulam o axonema externamente. O flagelo tem axonema com a configuração típica (9+2). Além dos espermatozóides normais, são encontrados no lúmen testicular espermatozóides atípicos denominados paraespermatozóides. Estas células se assemelham ao espermatozóide em muitos aspectos, mas seu núcleo tem forma irregular e a cromatina é menos elétron-densa. Discutem-se as especializações vistas nos espermatozóides, as possíveis adaptações relacionadas ao hábito de inseminação e o fato de que a origem e função dos paraespermatozóides permanecem indeterminadas em Macropsobrycon uruguayanae. O terceiro capítulo descreve a glândula branquial de 17 espécies de Cheirodontinae. A glândula branquial está localizada na região anterior da cavidade branquial em ambos os lados do corpo. Esta estrutura foi encontrada em todos machos maduros. A glândula é pequena em espécies de fertilização externa ocupando no máximo 10 filamentos branquiais e em espécies inseminadoras, ela ocupa uma grande extensão ou o arco inteiro. Em algumas partes da glândula de A Aphyocheirodon hemigrammus, C. heterura, K. theloura, M. uruguayanae e S. hastatus, as lamelas não permanecem, ficando somente as células secretoras da glândula branquial. Um material não celular foi observado dentro das câmaras da glândula de K. theloura. Tanto espécies inseminadoras quanto de fertilização externa de Cheirodontinae apresentam glândula, não existindo relação entre a presença de glândula branquial e inseminação. A função da glândula não é conhecida, mas pela presença desta estrutura somente em machos maduros, esta pode ser usada para produção e liberação de secreção para a atração da fêmea durante o período reprodutivo ou na inibição de outros machos. As glândulas branquiais de queirodontíneos e de outros caracídeos são comparadas.

ASSUNTO(S)

cheirodontinae espermatozóides peixes : reprodução

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