AGENTES PENITENCIÁRIOS APRISIONADOS EM SUAS REDES?

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. bras. Ci. Soc.

DATA DE PUBLICAÇÃO

26/09/2019

RESUMO

Neste trabalho, investigamos os componentes das redes pessoais de agentes prisionais e problematizamos se a maior restrição ao ambiente custodial pode ser vista como um efeito do trabalho em penitenciárias. Para tanto, foram utilizadas as entrevistas em profundidade (realizadas entre 2015 e 2017), com presos e agentes da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), e os questionários sociométricos aplicados a esses mesmos sujeitos. A partir desses dados, comparamos as redes pessoais dos agentes penitenciários com as dos presos, e utilizamos os seus discursos sobre padrões de interação, dentro e fora da prisão, para entendimento das configurações assumidas. Com isso, constatamos que, muitas vezes, os funcionários do cárcere têm redes mais restritas ao universo prisional, do que os próprios internos, o que é descrito por tais entrevistados como um processo de aprisionamento decorrente do trabalho custodial.In this paper, we investigate the components of prison officers’ personal networks and inquire whether the larger restriction on the custodial environment may be seen as an effect of their work in prisons. In order to do so, we used in-depth interviews (conducted between 2015 and 2017) with agents and captives from the Belo Horizonte Metropolitan Region (RMBH), and sociometric questionnaires applied to these same subjects. From this data, we compared the correctional officers’ personal networks with those of the incarcerated, and used their speeches on interactions patterns, both inside and outside of the prison, to understand the accepted configurations. Thereby, we found out that prison staff often have a network more restricted than the inmates themselves, which is described by the interviewees as an imprisonment process derived from custodial work.

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