Adesão à antibioticoterapia profilática em crianças com anemia falciforme: um estudo prospectivo

AUTOR(ES)
FONTE

Jornal de Pediatria

DATA DE PUBLICAÇÃO

2008-08

RESUMO

OBJETIVO: Avaliar a adesão a antibiótico profilático em crianças com anemia falciforme. MÉTODOS: Estudo prospectivo de 108 crianças (idade entre 3 meses e 4,5 anos, 45% masculino) seguidas por 15 meses no Hemocentro de Belo Horizonte. Avaliou-se a adesão por meio de três entrevistas com cuidadores, análise de prontuário médico e atividade antibacteriana em uma amostra de urina em 81 crianças. Os antibióticos foram dispensados gratuitamente. RESULTADOS: Penicilina foi usada em 106 casos (maioria via oral), e eritromicina, dois casos. O antibiótico foi detectado na urina de 56% das crianças; 48% dos cuidadores afirmaram nas entrevistas que nenhuma dose deixou de ser administrada; em 89% dos prontuários médicos, não se registrou falha de adesão. Considerando-se aderente a criança que não apresentasse falhas em nenhum ou em apenas um dos métodos, a taxa de adesão foi de 67%. O grau de concordância entre os três métodos para medir a adesão foi baixo. Não se demonstrou qualquer associação entre a taxa de adesão e o gênero, estado nutricional, renda familiar per capita, nível educacional dos cuidadores ou número de membros da família. CONCLUSÕES: A taxa de adesão à antibioticoterapia profilática foi baixa quando avaliada por meio de questionários e testes urinários, e superestimada quando avaliada pela consulta ao prontuário médico. A adesão deve ser preferencialmente avaliada por vários métodos, pois sua mensuração é complexa. Os resultados do presente estudo sugerem a necessidade de programas educacionais abrangentes para os profissionais de saúde, para as famílias e crianças portadoras de anemia falciforme.

ASSUNTO(S)

anemia falciforme antibioticoprofilaxia recusa do paciente ao tratamento fidelidade a diretrizes penicilina v

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