Ações de bactérias láticas de duas marcas comerciais de leites fermentados sobre o ganho de peso e parâmetros hematológicos e histopatológicos de ratos wistar fazendo uso de indometacina

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Pesquisas demonstram que o consumo de leite fermentado é benéfico à saúde devido à presença de bactérias láticas e dos metabólitos produzidos por elas durante a fermentação do leite. O objetivo deste trabalho foi avaliar a ação das bactérias láticas de duas marcas comerciais de leites fermentados, uma cultivada com Lactobacillus paracasei (L1) e outra com Lactobacillus casei (L2), sobre o ganho de peso e parâmetros hematológicos e histopatológicos de ratos Wistar fazendo o uso de indometacina. A escolha da droga baseou-se na hipótese da existência da proteção do trato digestivo e da histologia dos órgãos dos animais contra a possível agressão do antiinflamatório pela administração concomitante dos leites fermentados. Foram utilizados três lotes de cada leite fermentado, realizando-se a contagem da viabilidade das bactérias láticas, coloração de gram, catalase e identificação morfológica. Simultaneamente, 60 ratos Wistar machos com 90 dias, consumindo ração comercial e água ad libitum, foram divididos em 6 grupos de 10, sendo o grupo LP adicionado de L1; LP + D de L1 + droga; C (controle) de água; D, de droga; LC, de L2; e LC + D, de L2 + droga. Os animais receberam os leites fermentados (5mL/Kg/dia) e/ou a droga indometacina (2mg/Kg/dia) por gavagem durante 40 dias, registrandose os pesos semanais. Após o sacrifício, amostras sanguíneas foram coletadas para a realização de hemogramas e verificou-se o peso dos rins, baços e fígados, realizando-se a histopatologia destes órgãos e dos estômagos e intestinos. Os dados obtidos foram tratados com ANOVA, Tukey, Friedman, Duncan, Kruskall-wallis e Wilcoxon (p<0,05), utilizando-se o pacote estatístico R. As cepas de L1 e L2 resultaram em catalase negativas, gram positivas e morfologia de bacilos, apresentando contagens finais de bactérias com valores superiores a 106 UFC/mL. Os leites fermentados adicionados às dietas de LP e LC e a adição da droga ao grupo D não influenciaram no ganho de peso semanal dos animais, mas LP+D e LC+D diferiram estatisticamente de C e D, sugerindo haver interação entre droga-alimento. Na diferença entre o peso inicial e final dos animais, os grupos que receberam leite fermentado assemelharam-se ao controle, exceto o grupo LP cujo ganho de peso foi inferior; D também apresentou déficit de ganho de peso em relação ao grupo C. As dietas não influenciaram nos pesos dos rins dos grupos experimentais, apenas LP apresentou diferença significativa em termos de peso de baço em relação aos demais grupos e os pesos dos fígados dos grupos LP, D e LC+D diferiram em relação ao grupo controle, onde D resultou em peso superior a C e LP e LC+D obtiveram pesos inferiores ao grupo controle. Nos parâmetros sanguíneos, os grupos não diferiram entre si nas séries vermelha e branca, nem na contagem diferencial dos leucócitos, não se constatando efeito imunoestimulador; já nas contagens das plaquetas, alguns grupos apresentaram diferença estatística, porém os resultados obtidos encontraramse dentro da faixa permitida. As análises histopatológicas não evidenciaram alterações na histologia dos estômagos, fígados, rins e baços, apresentando discreto infiltrado de células linfóides na lâmina própria do intestino dos grupos experimentais.

ASSUNTO(S)

leite fermentado histopatologia hematologia lactic acid bacteria experimentação animal ciencia de alimentos bactérias láticas hematology histopathology. animal experimentation fermented milk

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