Achados eletroencefalográficos entre pacientes internados com COVID-19 em um hospital terciário de um país em desenvolvimento

AUTOR(ES)
FONTE

Arq. Neuro-Psiquiatr.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2021-04

RESUMO

RESUMO Antecedentes: Em 2019, testemunhou-se o surgimento de um novo tipo de coronavírus - o coronavírus associado à síndrome da angústia respiratória tipo 2 (SARS-CoV-2). O espectro da doença associada ao novo coronavírus, a COVID-19, é variável e, dentre suas manifestações, há implicações neurológicas. Objetivos: O presente estudo objetivou descrever achados eletroencefalográficos em pacientes com COVID-19 internados em um hospital terciário em São Paulo. Métodos: Tratou-se de estudo observacional, retrospectivo e não-intervencionista, realizado por meio de coleta anônima e retrospectiva de dados de prontuário médico de pacientes com diagnóstico confirmado (RT-PCR positivo) ou provável (CO-RADS 4 ou 5), que realizaram eletroencefalograma durante internação hospitalar. Resultados: Vinte e oito pacientes foram elencados, 17 (60,7%) mulheres e 11 homens. O diagnóstico de COVID-19 foi confirmado em 22 (78,5%) dos casos. Dos pacientes, 21 (75%) apresentaram a doença, requerendo suporte ventilatório, e 16 (57,1%) desenvolveram sepse sobreposta. Não houve padrão específico de EEG para COVID-19, e nenhum paciente apresentou estado de mal epiléptico ou crise eletrográfica; a maioria desenvolveu padrão de encefalopatia, com alentecimento da atividade cerebral, sendo a alta prevalência de alteração de estado mental a indicação para o exame. A sepse sobreposta foi associada a um pior desfecho, com maior mortalidade. Conclusão: No contexto da COVID-19, o EEG figura como ferramenta importante, auxiliando, como em outras condições, na diferenciação entre estado de mal epiléptico, encefalopatia e outras causas de alteração do estado mental. Estudos adicionais são necessários para avaliar a existência de padrão específico de alteração eletroencefalográfica na COVID-19.

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