Acesso ao tratamento de tuberculose: avaliação das características organizacionais e de desempenho dos serviços de saúde - Campina Grande/PB, Brasil (2007) / Access to Tuberculosis Treatment: assessment of performance and organizational characteristics of health services - Campina Grande/PB, Brasil (2007)

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

O estudo objetivou avaliar as características organizacionais e de desempenho dos serviços de saúde no acesso dos doentes para o tratamento da tuberculose no município de Campina Grande PB. Método: pesquisa avaliativa, de abordagem quantitativa que utilizou o desenho de estudo seccional ou transversal, tendo como quadro teórico as dimensões da Atenção Primária em Saúde, proposta por Starfield (2002). Para coleta de dados foi utilizado um instrumento Primary Care Assessment Tool (PCAT), elaborado por Starfield (2000). Adaptado e validado para o Brasil por Almeida e Macinko (2006). Adaptado para a atenção à tuberculose por Villa e Ruffino-Netto (2006). Participaram do estudo 106 doentes que receberam tratamento da TB no período de julho/2006 a agosto/2007. A análise de dados foi realizada em quatro etapas: caracterização dos sujeitos do estudo, análise de freqüência, construção de indicadores e análise de variância, análise de confiabilidade do questionário. Resultados: dos 106 doentes, 83,96% realizaram tratamento auto-administrado e 16,03%, tratamento supervisionado (TS); 42,45% são do sexo feminino e 57,54% do sexo masculino, com 20,75% sem escolaridade e 57,54% com baixa escolaridade. Quanto à variável durante o tratamento faltou medicamento para a TB, os valores médios para os indicadores do PSF/PACS foi de 4,71 e desvio-padrão, dp = 0,58 e para AMBRF média de 4,95 e dp de 0,25 configurando que as médias de respostas se encontram muito próximas ao escore 5 que corresponde à categoria nunca. Não foram observados diferenças entre os indicadores das diferentes unidades PSF/PACS e AMBRF. Para a variável conseguiram consulta no prazo de 24 horas as médias obtidas pelos indicadores das unidades PSF/PACS (4,34) e AMBRF (3,86) não foram consideradas significativamente diferentes. Com relação a perder o turno de trabalho ou compromisso para consultar os dados mostram que as médias obtidas pelos indicadores das unidades PSF/PACS (3,12) e AMBRF (2,59) não foram considerados estatisticamente significantes. Para a variável aguardar mais que 60 minutos para o atendimento, os indicadores das unidades PSF/PACS (3,34) e AMBRF (2,97), não foram considerados estatisticamente significantes. Quanto às variáveis doentes de TB necessitam utilizar transporte motorizado para consultar, pagar pelo transporte e fazer tratamento perto da sua casa, os indicadores utilizar transporte motorizado PSF/PACS (4,68) e AMBRF (1,31), pagar pelo transporte para consultar PSF/PACS (4,68) e AMBRF (1,73), fazer tratamento perto de casa PSF/PACS (4,43) e AMBRF (1,13) foram considerados estatisticamente significantes. Para a variável visita domiciliar, os indicadores visita domiciliar PSF/PACS (2,53) e AMBRF (1,19) foram considerados estatisticamente significantes. Os coeficientes do Alpha de Cronbach não padronizados e padronizados foram, respectivamente, 0,7275 e 0,7075, com base nos 8 (oito) itens do questionário. Conclusão: Apesar do município ter 85 equipes de PSF, o TS foi incorporado ou assumido apenas por uma pequena fração dos profissionais das equipes do PSF como uma estratégia de tratamento. Embora o tratamento da TB seja disponibilizado pelo serviço público de saúde, ainda representa um custo econômico para o doente de TB em função da necessidade de deslocamento até o serviço de saúde, bem como a perda do turno de trabalho para ser consultado

ASSUNTO(S)

health assessment health services avaliação em saúde tuberculose serviços de saúde tuberculosis

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