Acanthosis nigricans em mulheres obesas de uma população miscigenada: um marcador de distúrbios metabólicos

AUTOR(ES)
FONTE

Anais Brasileiros de Dermatologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2002-10

RESUMO

FUNDAMENTOS:Acanthosis nigricans (AN) tem sido associada a diversos distúrbios metabólicos e endócrinos. OBJETIVOS: O objetivo deste estudo é avaliar a freqüência das co-morbidades da síndrome metabólica em mulheres obesas de uma população miscigenada com AN, comparada a um grupo sem AN. CASUÍSTICA E MÉTODOS: Foram estudadas 481 mulheres, consecutivamente admitidas em um ambulatório de obesidade (388 com AN e 93 sem AN) e submetidas ao teste de tolerância à glicose oral, excetuando-se 20, que já se sabiam diabéticas. RESULTADOS: A distribuição segundo a raça indicou 34,5% de brancas, 38,9% de pardas e 26,6% de negras. A freqüência global de AN foi de 80,7%, sendo fortemente maior nas negras versus brancas (90,6 % e 66,9%, p=0,000000) e negras versus pardas (86% e 90,6%, p= 0,000006). Foi também maior nas pardas versus brancas (86% e 66,9%, p<0,02). As pacientes com AN eram mais jovens (35 + 10 versus 38 + 10 anos, p < 0,01), mais obesas (41 + 6 versus 39 + 6 kg/m², p<0.01), tinham maior circunferência de cintura, maior freqüência de obesidade andróide, de diabetes tipo 2 (11,1% versus 4,3%, p=0,05), maiores níveis de insulina de jejum e de resistência insulina (Homa IR) do que aquelas sem AN. As freqüências de hipertensão diastólica e alterações do colesterol total e frações e de triglicérides entre os grupos foram similares. CONCLUSÃO: Em mulheres obesas de uma população miscigenada, AN foi mais freqüente nas de raça negra e parda e foi observada maior freqüência de co-morbidades da síndrome metabólica em comparação à população sem AN. As mulheres obesas com AN devem ser investigadas para distúrbios metabólicos, mesmo sendo jovens.

ASSUNTO(S)

acantose nigricans diabetes mellitus não insulino-dependente metabolismo obesidade raças resistência à insulina

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