Abrigar... Desabrigar: conhecendo o papel das famílias no processo de institucionalização / desinstitucionalização de abrigados / Shelter... deprive of shelter: knowing the role of families in the institutionalization/disinstitutionalization of sheltered adolescents

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

Este estudo objetivou conhecer o processo de institucionalização/desinstitucionalização do adolescente, abrigado por um período de tempo em uma instituição do município de Uberaba, por meio da ótica do genitor e do adolescente. Foram apontados os aspectos que contribuíram para o abrigamento do adolescente; as alterações ocorridas na estrutura familiar durante o período de abrigamento; os aspectos que contribuíram para a reinserção do adolescente na família biológica e a situação das famílias após a desinstitucionalização dos filhos. Esta pesquisa, que tem cunho qualitativo, realizou-se com cinco famílias, em suas respectivas casas, escolhidas em função de critérios definidos a priori. Utilizaram-se entrevistas semiestruturadas com o(s) genitor(es), adolescentes e diretor do abrigo; fichas de identificação socioeconômica; foram verificados os livros de registros do abrigo; as pastas arquivadas com informações dos adolescentes e diários de campo da pesquisa. Através das entrevistas e das fichas de identificação, analisaram-se os seguintes aspectos: processo de institucionalização; período de abrigamento; período de desligamento; representação da instituição e situação atual das famílias. Os dados, obtidos através dos outros instrumentos, auxiliaram na corroboração e análise dos aspectos supra citados. Os resultados apontaram que as causas da institucionalização são multifatoriais, associadas com pobreza, carência de rede de apoio sócio-psicológica para a família, ausência da figura paterna, abandono da mãe e desestruturação familiar. O período de abrigamento apresentou-se doloroso para filhos e genitores, entretanto, vantajoso para estes últimos, diante das vicissitudes da vida. O trabalho das instituições envolvidas, o desejo e a reestruturação financeira dos genitores foram fatores que auxiliaram no desligamento dos adolescentes, entretanto, os resultados apontaram dificuldades referentes à escola e situação familiar no período pós desligamento, sugerindo a importância de acompanhamentos profissionais. A intervenção de psicólogos, assistentes sociais, pedagogos, entre outros, deve ancorar-se em políticas públicas e contemplar a fragilidade material e psíquica das famílias, através da compreensão das causas do abrigamento e do reconhecimento dos recursos internos e externos dos genitores. O abrigo, a despeito de idiossincrasias, representa um apoio aos genitores e adolescentes; entretanto, alicerçado no desenvolvimento da infância e juventude, no trabalho com funcionários, com famílias e na reflexão do paradigma que subjaz, deve (re)definir a sua proposta pedagógica.

ASSUNTO(S)

adolescente family psicologia abrigo adolescent disinstitutionalization família desinstitucionalização entity

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