Abastecimento de água e esgotamento sanitário em ecovilas / Water supply and wastewater system in ecovillages

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

25/08/2011

RESUMO

Esta pesquisa teve como objetivo obter um panorama geral da situação das comunidades intencionais denominadas "ecovilas" do mundo, no que se refere ao saneamento, especificamente, dos sistemas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário. Estabeleceuse um recorte no amplo universo de comunidades existentes, segundo os seguintes critérios: premissa de sustentabilidade ambiental em sua origem, espaço próprio e mais de uma família, decisões tomadas por consenso, práticas voltadas ao convívio humano e aprimoramento individual, preocupação com a produção local de alimentos e que tivessem sistemas próprios de abastecimento de água e esgotamento sanitário. Analisaram-se, uma a uma, as comunidades inseridas nas duas principais bases de comunidades intencionais disponíveis na Internet (i.e., Global Ecovillage Network -GEN e Intentional Communities Directory - ICD) . De um universo de 1.062 comunidades, apenas 170 (16%) atendiam aos quesitos pré-estabelecidos e foram convidadas a participar da pesquisa. Um questionário contendo 56 perguntas foi submetido, via correio eletrônico, para as 73 comunidades que sinalizaram positivamente, tendo retornado 51 respostas (30%). O primeiro objetivo foi de identificar e classificar as ecovilas quanto à localização geográfica e tamanho (número de moradores). A distribuição geográfica foi de 33 comunidades na América, 7 na Europa, 5 na Ásia e 6 na Oceania. Posteriormente, analisaram-se, em cinco grupos pré-estabelecidos (de 2 a 9, de 10 a 24, de 25 a 49, de 50 a 99 e com 100 ou mais moradores), os sistemas de saneamento quanto à tecnologia em si, ao processo de seleção da mesma e a alguns indicadores de sustentabilidade. Os sistemas de abastecimento de água são bastante simplificados, sendo que apenas 19 apresentam tratamento, destacando-se a filtração lenta. Dezessete comunidades captam de mananciais não protegidos e não fazem tratamento da água, com potencial risco à saúde. Nos sistemas de esgotamento sanitário predominam o tanque séptico (34 unidades), wetlands (18 unidades), privadas de compostagem (13 unidades) e tratamento no solo (11 unidades). A facilidade de acesso e de manipulação das técnicas e materiais permitiu que os membros das ecovilas pudessem participar ativamente da implantação, operação e manutenção dos seus sistemas. Observou-se que não existe nenhuma técnica inovadora. Quanto ao acesso à informação técnica e a implantação dos sistemas, 25 comunidades apontaram ter sido "fácil", outras 17 assinalaram ter sido "médio" e sete como "difícil". Comentários espontâneos dos representantes dessas comunidades denotaram a percepção de um distanciamento entre a sabedoria local e o conhecimento técnico-científico. Equívocos na concepção dos sistemas são relatados. O consumo de água per capita, em geral, condisse com o indicado na literatura. A elaboração conjunta de uma rede de pesquisa em saneamento com a colaboração de universidades representantes dos continentes e as redes de ecovilas já existentes é sugerida para criar uma ferramenta virtual de seleção de tecnologias de saneamento para ecovilas associada a um manual de saneamento

ASSUNTO(S)

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