A violência urbana contra crianças e adolescentes em Belo Horizonte: uma história contada através dos traumas maxilofaciais

AUTOR(ES)
FONTE

Physis: Revista de Saúde Coletiva

DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

Os traumas maxilofaciais decorrentes da violência contra crianças e adolescentes impactam suas vidas, física e psiquicamente, pelas deformidades que podem provocar e pela exposição da lesão na face das vítimas. O objetivo deste trabalho é identificar a prevalência dos traumas maxilofaciais em crianças e adolescentes decorrentes da violência urbana em Belo Horizonte- Brasil. O estudo foi conduzido no Hospital Municipal Odilon Behrens, único hospital municipal de referência nesse tipo de atendimento em Belo Horizonte. Coletaram-se os registros de vítimas atendidas de janeiro a dezembro de 2007. O principal evento de violência sofrido entre crianças e adolescentes foi agressão física, 44,2% e 64,7%, respectivamente. Entre as crianças, o tipo de trauma mais comum foi o trauma dentoalveolar (53,8%), e entre os adolescentes, trauma de tecidos moles (47,5%). O maior número de ocorrências se deu no período noturno: crianças (84,6%) e adolescentes (74,8%). O gênero mais vitimado foi o masculino, crianças (63,5%) e adolescentes (68,3%). Estratégias apropriadas para identificação do evento de violência e do agressor são necessários para que melhor sejam planejados mecanismos de proteção da criança e do adolescente, uma vez que a violência sofrida por crianças e adolescentes no Brasil, considerando a complexidade dessa fase da vida, assume um quadro sombrio, desconstruindo o desenvolvimento, a sociabilidade e comprometendo a visão das vítimas sobre si mesmas e sobre o mundo que as cercam.

ASSUNTO(S)

trauma maxilofacial violência crianças adolescentes

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