A violência relacionada ao trabalho nas equipes de saúde da família de Uberlândia-MG / The work-related violence of family health teams of Uberlândia, MG.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

16/02/2012

RESUMO

A violência relacionada ao trabalho é um problema social e de saúde pública de grande magnitude tanto na esfera nacional quanto internacional e tem provocado forte impacto nos profissionais de saúde, gerando diferentes riscos em relação ao sexo, raça, cor, idade e espaço social. Este estudo tem-se como objetivo descrever a violência relacionada ao trabalho dos trabalhadores das equipes de saúde da família. Trata-se de um estudo descritivo, transversal, com abordagem quantitativa. Realizado nos locais de atuação das equipes de saúde da família do município de Uberlândia-MG. A coleta de dados ocorreu de março a julho de 2011. Foi utilizado um questionário semiestruturado, baseado no roteiro utilizado por Cezar (2005). A população foi constituída por 198 trabalhadores, sendo 118 agentes comunitários de saúde, 25 enfermeiros, 25 técnicos de enfermagem, 16 médicos e seis dentistas. Dentre os trabalhadores que sofreram violência 62,1% eram agentes comunitários de saúde, 13,2% enfermeiros, 8,4% médicos, 13,2% técnicos de enfermagem e 3,1% dentistas. Os tipos de violência mais sofrida pelos trabalhadores foram ameaça ou agressão verbal (80,2%). Os maiores agressores foram as pessoas da comunidade e usuários (58,1%), do sexo feminino (69,8%) e adultos (83,7%). Os sentimentos de tristeza (41,9%), raiva (38,4%) e humilhação (36,1%) foram os mais citados após a violência. E a consequência da violência mais citada foi a perda da satisfação no trabalho (54,6%). A maioria dos trabalhadores (64,2%) relatou ter informado o ato de violência à chefia, 57,8% disseram não se sentirem seguros no ambiente de trabalho, 59,5% considera que o ambiente físico contribui para a ocorrência da violência, 64,7% considera o local de trabalho inseguro, 56,3% sentem-se seguros no trajeto para o trabalho, 95,8% relataram a importância do registro, de qualquer tipo de violência, 66,8% referiram receber orientações a respeito de quando e como lidar com conflitos entre usuários e trabalhadores e 43,7% não receberam assistência médica e psicológica após o ato de violência. Os fatores de risco mais citados foram: pacientes violentos (71,2%), falta de pessoal treinado para lidar com situações violentas (43,4%) e sobrecarga de trabalho (37,9%). A maioria das unidades não possui sistema de alarme e guardas de segurança. Conhecer o fenômeno violência relacionada ao trabalho é importante para implementar medidas preventivas para redução da violência e melhorar a assistência a ser prestada aos usuários.

ASSUNTO(S)

violência saúde da família saúde ocupacional trabalho atenção básica violence family health occupational health work. primary care enfermagem

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