A utilização de anti histamínicos em crianças ou adultos com resfriado comum contribui para melhora clínica do paciente ou redução do tempo de doença?
AUTOR(ES)
Núcleo de Telessaúde Rio Grande do Sul
FONTE
Núcleo de Telessaúde Rio Grande do Sul
DATA DE PUBLICAÇÃO
12/06/2023
RESUMO
Melhora sintomática – todos os estudos
Monoterapia
1-2 dias
5
3492
0,97 (0,85 – 1,12)
Melhora sintomática – todos os estudos
Monoterapia
6-10 dias
4
2296
0,93 (0,77 – 1,12)
Melhora sintomática – anti-histamínicos de 1ª geração
Monoterapia
1-2 dias
4
3429
0,93 (0,79 – 1,09)
Melhora sintomática – anti-histamínicos de 1ª geração
Monoterapia
6-10 dias
4
2296
0,90 (0,74 – 1,08)
Efeitos adversos gerais – todos os estudos
Monoterapia
–
11
3245
1,25 (1,04 – 1,50)
Efeitos adversos gerais – anti-histamínicos de 1ª geração
Monoterapia
–
8
3030
1,25 (1,04 – 1,52)
Sedação – todos os estudos
Monoterapia
–
8
3389
1,74 (1,32 – 2,29)
Sedação – anti-histamínicos de 1ª geração
Monoterapia
–
6
3040
1,90 (1,39 – 2,59)
A utilização de anti-histamínicos não contribui para o alívio da congestão nasal, rinorréia ou crises de espirro em pacientes apresentando episódios de Resfriado Comum. Também não há benefícios com o uso destes medicamentos na redução do tempo de doença. Além disso, o grupo de pacientes que utilizou estes medicamentos apresentou mais efeitos colaterais (principalmente sedação) quando comparados aos pacientes do grupo placebo (Grau de Recomendação A).
A demanda de consultas em APS por quadros de resfriado comum é bastante alta. Anti-histamínicos são amplamente utilizados para redução dos sintomas em pacientes com Rinite Alérgica. Por serem os sintomas desta doença muito similares aos sintomas do Resfriado Comum, estes medicamentos passaram a ser prescritos por muitos médicos com o objetivo de alcançar alívio sintomático aos pacientes (crianças ou adultos) com Resfriado Comum. A destinação de gastos com aquisição de anti histamínicos pelos municípios que o fazem para dar respaldo a prescrições para resfriado comum deveria ser orientada para outras opções. Os pacientes deveriam ser protegidos de efeitos colaterais adversos sem benefícios que justifiquem sua tolerância.
A resposta acima é embasada em uma Revisão Sistemática que incluiu 32 ensaios clínicos randomizados (ECR), controlados por placebo que avaliaram o uso de anti-histamínicos, sozinhos ou em combinação, no tratamento de adultos ou crianças com resfriado comum, resultando um total de 8.930 pacientes. Os principais desfechos medidos foram congestão nasal, rinorréia, espirros e melhora subjetiva do resfriado comum, além da avaliação dos efeitos adversos desta classe de medicamentos.
A síntese dos principais resultados envolvendo a comparação entre anti-histamínicos e placebo para pacientes com resfriado comum pode ser vista nas tabelas abaixo:
ASSUNTO(S)
apoio ao tratamento a50 medicação / prescrição / pedido / renovação / injeção antagonistas dos receptores histamínicos h1 resfriado comum a - estudos experimentais ou observacionais de melhor consistência
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