A sociedade secreta de pichadores/as e grafiteiros/as em Campina Grande-PB / The secret‟ society of taggers and graffiti artists in Campina Grande, Paraíba, Brazil.
AUTOR(ES)
Angelina Maria Luna Tavares Duarte
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
15/12/2010
RESUMO
Esta tese resultou de uma investigação sobre a sociedade secreta de pichadores/as e grafiteiros/as, em Campina Grande PB. Em busca do segredo guardado por esses/as jovens, estabelecemos, como objetivo, identificar, descrever e analisar a estrutura organizacional, o funcionamento, as relações, as regras e as características dessa sociedade. Para tanto, entrecruzamos três fios teórico-metodológicos: Etnografia, História Oral e Teoria Social do Discurso (FAIRCLOUGH, 2001). Construímos o corpus analítico com dois verbos: OBSERVAR e OUVIR observação participante e histórias de vida. Observamos sujeitos. Ouvimos cinco deles três meninos e duas meninas. Observamos também textos e contextos reais e virtuais. Observamos ainda imagens. No que diz respeito ao discurso produzido por eles/as sobre essa sociedade secreta, utilizamos o procedimento metodológico da observação de excertos linguísticos desse discurso (escrito e oral, respectivamente, alguns textos da pichação e do grafite, e cinco narrativas das histórias de vida), para, a partir deles, desenvolvermos o processo analítico. Recorremos, ainda, algumas vezes, a textos presentes nas páginas do site de relacionamento ORKUT, de pichadores/as e grafiteiros/as, como também a outros eventos linguísticos constantes nas páginas de comunidades e blogs de grupos ou crews, além das anotações no diário de campo. O conceito de experiência (THOMPSON, 1981) foi fundamental às nossas análises. Os resultados sugerem que a sociedade secreta é representada, por esses/as jovens, como um locus identitário que lhes permite, paradoxalmente, uma visibilidade anônima, já que, na periferia, eles não conseguem projeção. Nesse espaço estruturalmente organizado, hierarquicamente dividido, em que o coletivo assume o papel principal, vivenciam experiências simbólicas e materiais de sociabilidade, organizam-se, exercem um controle, estabelecem regras, comandam, fundam uma sociedade fechada, para cuja existência o segredo é uma ferramenta indispensável. Assim, a partir dela, brincam, disputam, protestam, agenciam, mas também reivindicam a inclusão de suas práticas culturais na cena da cultura urbana contemporânea.
ASSUNTO(S)
grafite pichação sociedade secreta experiência discurso sociologia secret society pichação or tagging graffiti experience and discourse
ACESSO AO ARTIGO
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