A saúde mental na atenção básica: um diálogo necessário

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Este trabalho se propõe a estudar as estratégias de cuidado para os usuários da saúde mental na rede de serviços de saúde do Distrito Sanitário da Pampulha, no município de Belo Horizonte, MG. Discute a inserção do usuário nessa rede de serviços de saúde e analisa as formas de articulação/integração das ações de saúde mental na atenção básica, a partir dos princípios propostos pela Reforma Psiquiátrica, identificando as estratégias para a implantação de ações terapêuticas na atenção básica que potencializem a ressocialização do usuário no seu território. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, fundamentada no referencial teóricometodológico do materialismo histórico e dialético, uma vez que seus pressupostos permitem olhar a realidade presente nas relações sócio-históricas e culturais, no atual desenvolvimento e transformação do modelo assistencial psiquiátrico, e compreendê-la nessa perspectiva. Na esfera dessa realidade, a política de saúde mental é resultante de formulações e reformulações, com sucessivas aproximações que revelam contradições e subsequentes mudanças na prática assistencial e nos saberes no trato com a loucura. A prática dos profissionais que assistem os usuários da saúde mental e a sua reinserção social são as duas categorias analíticas que balizaram a realização da pesquisa em todas as suas fases. O cenário utilizado para o estudo foi o Distrito Sanitário da Pampulha, que se posiciona favoravelmente às propostas preconizadas pela Reforma Psiquiátrica. Na coleta de dados, foram realizadas 25 entrevistas com os profissionais da rede e dois grupos focais com 18 usuários. Para a construção das categorias empíricas foi utilizada a técnica de análise de discursos, a partir da depreensão dos temas contidos nos discursos dos entrevistados. Nesse percurso, revelaram-se temas que possibilitaram o reconhecimento de três categorias empíricas: a) o modelo assistencial em saúde mental: um projeto e seus nós; b) a saúde mental e a atenção básica: a necessária articulação das equipes na rede de cuidados em que se evidenciaram duas subcategorias, a rede de cuidados - impasses e estratégias de superação e apoio matricial - corresponsabilizações e co-participações; e c) a reinserção psicossocial, processo complexo, que implica negociações constantes envolvendo a família e as instituições para a realização de trocas afetivas e materiais capazes de inserir o usuário em seu meio social, levando em conta o sintoma como expressão da tentativa do sujeito de dar significação ao seu sofrimento. Dadas às características, dimensões e complexidades do fenômeno deste estudo, a busca de estratégias nas instâncias governamentais e na sociedade civil e a criação de formas de organização social são prementes para o sucesso da Reforma Psiquiátrica.

ASSUNTO(S)

serviços de saúde mental decs dissertações acadêmicas como assunto decs reforma dos serviços de saúde decs atenção primária à saúde decs enfermagem teses humanos decs enfermagem decs pesquisa qualitativa decs

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