A radiodifusão no Brasil e a ditadura militar : o governo Médici.

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Esta pesquisa tem por objetivo analisar a radiodifusão no contexto da ditadura militar no Brasil, durante o governo de Emílio Garrastazu Médici. A radiodifusão tem seu início marcado pelas transformações decorrentes do processo de industrialização dos meios de produção, no século XIX. Além das pesquisas com ondas de transmissão que marcaram esse período, a indústria trouxe, para o âmbito da organização social, a realidade do processo de urbanização, motivado pela nova relação de trabalho inaugurada. A nova realidade urbana constrói, por sua vez, o cenário ideal para o desenvolvimento de veículos de comunicação de massa. No Brasil esta realidade não é diferente, já que as primeiras pesquisas sobre ondas de transmissão ocorrem no início do século XX, em uma fase de intenso desenvolvimento industrial. No início da década de 1930, em decorrência da perspectiva capitalista de mercado, o rádio incorpora a classificação comercial e, por conseqüência, influencia o surgimento da televisão em 1950. A partir de então, tais veículos passam a atuar como propriedades privadas com fins lucrativos, mantendo para o governo a prerrogativa das concessões de funcionamento, além de também poder atuar no setor.. Dessa possibilidade, e tendo em vista a análise do papel estratégico destes veículos para a organização social, o governo, em diferentes momentos e com diferentes objetivos, passa a utilizá-los para veicular propaganda institucional, chegando mesmo a inaugurar emissoras próprias. Esta utilização se intensifica a partir da instauração da ditadura militar, em 1964. Os militares que controlaram a política nacional durante mais de vinte anos investiram maciçamente no desenvolvimento estrutural das emissoras de rádio e televisão, além de utilizálas como mecanismo de sustentação, legitimação e propagação de sua ideologia autoritária. As bases criadas com as diversas medidas impostas a partir do golpe de estado de 1964 serviram de alicerce para que, no governo Médici, pudesse haver um controle mais direto dos veículos, tanto na continuidade do seu desenvolvimento estrutural, quanto no estabelecimento da censura da programação, criando uma legislação de perfil autoritário que limitava a ação dos envolvidos diretamente com o funcionamento da radiodifusão.

ASSUNTO(S)

autoritarismo ciencia politica meios de comunicação de massa brasil política e governo ditadura militar radiodifusão broadcasting authoritarianism politics military dictatorship mass-media

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