A psicanálise e o discurso da ciência / The psicanalysis and the science discourse

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

06/04/2011

RESUMO

O presente trabalho aborda a incompatibilidade radical entre o discurso analítico e os imperativos contemporâneos surgidos da difusão social do discurso da ciência. De fato, a ciência tornou-se uma forma explicativa dominante, atingindo até mesmo esferas cotidianas da existência humana. Trata-se de um bem-sucedido projeto, iniciado com a modernidade, que aliou concepções metodológicas inéditas, que dariam origem à ciência moderna, com as estruturas de um novo sistema de trocas comerciais, denominado, com Marx, de capitalismo. Essa junção moderna permitiu o surgimento do sujeito, conceito filosófico, posteriormente incorporado à psicanálise por Lacan. O sujeito tem íntima relação com a concepção de linguagem com a qual trabalha Lacan. Nela fica evidente que, enquanto houver linguagem, haverá sujeito. No entanto, nos tempos atuais, o avanço da ciência, em sua face utilitária, e do capitalismo, representa aquilo que Lacan denominou de ideologia da supressão do sujeito. Um verdadeiro ataque ao sujeito que se manifesta, então, na forma de sintoma. A psicanálise, de orientação lacaniana, dessa forma, só pode ser um discurso e uma práxis em conflito com a ciência e com o capitalismo. Ela só pode refutar tentativas como a da neuropsicanálise, que tentam retirar-lhe seu caráter de subversão. Com a psicanálise se pode sair do capitalismo, disse Lacan, e da ingerência autoritária da ciência. Não para propor um novo mundo, a psicanálise não serve para isso, mas como forma de sair dos imperativos superegoicos da organização atual da civilização, como aponta Éric Laurent

ASSUNTO(S)

capitalism capitalismo ciência constitution of the subject construção do sujeito jacques lacan (1901-1981) jacques lacan (1901-1981) psicanálise psychoanalysis science

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