A progressão do ceratocone não é inibida reduzindo a força palpebral com o uso da toxina botulínica tipo A: ensaio clínico randomizado
AUTOR(ES)
Renesto, Adimara da Candelaria, Osaki, Teissy Hentona, Osaki, Midori Hentona, Hirai, Flávio E., Campos, Mauro
FONTE
Arq. Bras. Oftalmol.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2017-04
RESUMO
RESUMO Objetivo: Avaliar se a administração da toxina botulínica tipo A (BTX-A) no músculo orbicular de pacientes com ceratocone a fim de reduzir a força muscular palpebral pode alterar os parâmetros corneanos indicativos de progressão da doença. Métodos: Ensaio clínico randomizado paralelo prospectivo. Quarenta olhos de 40 pacientes, randomizados em grupo controle ou grupo BTX-A na razão de 1:1. Pacientes do grupo BTX-A foram submetidos à injeção subcutânea da toxina botulínica tipo A no músculo orbicular. Os pacientes do grupo controle não sofreram nenhuma intervenção. Foram avaliados a medida da fenda palpebral, melhor acuidade visual corrigida, e topografia corneana nos momentos pré-operatório, e aos 3-,6-,12-, e 18 meses de seguimento. Resultados: Média ± DP (desvio padrão) da fenda palpebral no pré-operatório nos grupos controle e BTX-A foram 9,74 ± 187 e 9,45 ± 1,47 mm, respectivamente; aos 18 meses, a média da altura da fenda palpebral vertical nos grupos controle e BTX-A foram 10,0 ± 1,49 mm e 9,62 ± 1,73 mm, respectivamente, sem diferença significante entre os grupos (p=0,337). A média pré-operatória da melhor acuidade visual corrigida nos grupos controle e BTX-A foram 0,63 ± 0,56 e 0,60 ± 0,27, respectivamente (p=0,643); aos 18 meses, a média nos grupos controle e BTX-A foram 0,52 ± 0,59 e 0,45 ± 0,26, respectivamente, sem diferença significante entre os grupos (p=0,452). Não houve diferença estatística entre os grupos aos 18 meses para todos os parâmetros topográficos ceratométricos avaliados, mais plano-(K1), mais curvo-(K2), e ceratometria média Km (p≥0,562). Conclusão: A inibição da força muscular palpebral pela toxina botulínica tipo A não causou alterações detectáveis nos parâmetros corneanos em pacientes com ceratocone, com 18 meses de seguimento.
ASSUNTO(S)
doenças da córnea ceratocone pálpebras toxinas botulínicas/uso terapêutico
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