A primeira codificação gramatical da Cortesia do japonês (século XVII)
AUTOR(ES)
Fernandes, Gonçalo, Assunção, Carlos
FONTE
Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi. Ciênc. hum.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2018-04
RESUMO
Resumo Neste artigo, analisamos a descrição da linguagem cortês nas gramáticas japonesas do início do século XVII, principalmente a gramática ‘grande’ (1604-1608), do jesuíta João Rodrigues ‘Tçuzu’ [o intérprete] (1562–1633), e a gramática japonesa (1632) do dominicano Diego Collado (final do século XVI–1638). Mais de 350 anos depois de a Pragmática ser instituída como disciplina linguística, um dos primeiros dicionários japoneses (1603–1604) introduziu a designação de partículas honoríficas e de verbos honrados. Rodrigues desenvolveu consideravelmente essa terminologia, analisando com acuidade as relações sociais e linguísticas, as formas de tratamento e a cortesia japonesa. Rodrigues propôs uma terminologia linguística inovadora, inexistente nas gramáticas e nos dicionários europeus da época, que foi utilizada, em parte, por Collado: partículas honoríficas e humiliativas, verbos honrados e humiliativos, pronomes honoríficos e de gente baixa. Rodrigues prestou também especial atenção às formas específicas de tratamento do gênero feminino, descrevendo as ‘partículas’ usadas pelas mulheres japonesas. Em síntese, as primeiras gramáticas do japonês do século XVII descreveram pioneiramente o que hoje se chama Princípio da Cortesia do japonês ou a linguagem honorífica do japonês, denominada keigo (linguagem respeitosa) ou, academicamente, taigū hyōgen (formas de tratamento).
ASSUNTO(S)
historiografia linguística linguística missionária princípio da cortesia japonês keigo taigū hyōgen
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