A Premência do Diagnóstico Precoce da Surdez e seus Efeitos no Campo Conceitual da Educação de Surdos

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. bras. educ. espec.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2020-10

RESUMO

RESUMO: O diagnóstico precoce da surdez tem figurado na centralidade de políticas voltadas a crianças com deficiência auditiva. O objetivo deste ensaio é discutir questões de ordem política e aspectos contextuais da prática do diagnóstico. Fez-se uma pesquisa bibliográfica, abordando a temática a partir de estudos de vertente pós-estruturalista, sobretudo para materiais que olham para a infância, a deficiência e o contexto político e social contemporâneo. Historicamente, a surdez, quando não recebe investimentos, coloca o surdo em desvantagem no jogo econômico e social. A prática do diagnóstico faz sentido em uma racionalidade neoliberal, que se ocupa da gestão da coletividade. Diagnosticar precocemente a surdez atende a incontáveis interesses e objetivos pela multiplicidade de intervenções que passa a ser possível. Com este ensaio, foi possível perceber que o diagnóstico precoce dispara técnicas que colocam na mesma linha hierárquica os princípios de prevenção, de identificação e de intervenção precoces. Embora as redes de saúde brasileiras sejam frágeis na tarefa de diagnosticar precocemente, a determinação da deficiência ocorre em redes. O diagnóstico deixa de ser um conjunto de exames e passa a figurar como uma política sobre a vida que determina a condição da deficiência e coloca a criança em um espaço permanente de corrigibilidade.

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