A pedagogia da roda como dispositivo de educação permanente em enfermagem e a construção da integralidade do cuidado no contexto escolar

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

A pesquisa buscou conhecer o potencial da Educação Permanente (EP) na promoção da integralidade do cuidado no âmbito hospitalar, com base na análise das possibilidades e limites do uso da Pedagogia da Roda, como dispositivo para ações de educação permanente de equipes de enfermagem de um Hospital Universitário, do estado do Rio Grande do Sul. Um pressuposto central da EP, utilizado na pesquisa, é que a reflexão sobre as práticas em saúde, espaço de aprendizagem no e para o trabalho, se constitui em importante estratégia para a aproximação destas aos princípios do SUS. O estudo, de cunho qualitativo, do tipo exploratório-descritivo, foi desenvolvido a partir da experiência de uma equipe de enfermagem dessa instituição em um Projeto denominado “Rodadas de Conversa sobre o Trabalho em Saúde”. As “Rodadas” pautaram-se pela reflexão sobre o processo de trabalho da equipe, propondo a análise e a intervenção dos trabalhadores nos problemas do seu cotidiano. A coleta das informações deu-se por meio de grupos focais, organizados com os componentes dessa equipe, em todos os turnos de trabalho, num total de 24 sujeitos. As informações foram analisadas sob perspectiva da análise de conteúdo. Os resultados obtidos sugerem que a Pedagogia da Roda oportuniza a ampliação dos espaços de escuta e reflexão dialógica no trabalho da enfermagem, tendo potencial para promover o (re)posicionamento do trabalhador como protagonista dos processos de mudança de suas práticas na direção da integralidade do cuidado. O principal limite da Pedagogia da Roda, dispositivo de EP para a promoção da integralidade do cuidado no contexto estudado, foi a dificuldade da equipe para modificar processos de trabalho até então instituídos em uma lógica que sobrepõe os valores técnicos aos valores humanísticos do cuidado. Concluiuse, a partir disso, que a criação de espaços educativos, que se articulem aos processos de trabalho, possibilita a co-responsablização pelo cuidado prestado, a ampliação da autonomia de sujeitos e coletivos para realizarem as mudanças necessárias na melhoria da qualidade do cuidado e, ainda, a aproximação das práticas dos trabalhadores à atenção integral em saúde no contexto hospitalar.

ASSUNTO(S)

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