A nomeação de militares na América portuguesa Tendências de um império negociado
AUTOR(ES)
Cruz, Miguel Dantas da
FONTE
Varia hist.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2015-12
RESUMO
RESUMOA integração de súbditos ultramarinos nos dispositivos governativos dos impérios atlânticos esteve longe de reunir consenso nas cortes europeias. Madrid e Londres, por exemplo, mostraram-se frequentemente mais favoráveis à cooptação daqueles que tinham nascido na Europa para o serviço nas praças ultramarinas. Provocavam, dessa forma, o descontentamento dos elementos mais destacados das sociedades coloniais, que reclamavam os postos e os ofícios do império. O mesmo terá acontecido no Brasil, onde, apesar das ambiguidades identitárias, a naturalidade ou a identificação mais geral com a colónia não deixaram de fazer parte do discurso de cronistas, administradores e súbditos de ambos os lados do Atlântico. Neste artigo discute-se o protagonismo assumido pela proveniência geográfica na escolha dos homens incumbidos de proteger o Atlântico português, procurando entender se ela constituía matéria de discriminação ou se era diluída na lógica administrativa do império ou em considerações de outra natureza (v.g. condição social, experiência e serviço à monarquia). Identificam-se os fatores que ditavam a lógica do recrutamento no quadro do que era um império essencialmente negociado. Mas procura-se também sondar a evolução da composição identitária de alguns contingentes militares da América portuguesa, comparando-a, sempre que possível, com os exemplos britânico e espanhol.
ASSUNTO(S)
provimentos elites coloniais tropa regular
Documentos Relacionados
- Administração na América portuguesa: a expansão das fronteiras meridionais do Império (1680-1808)
- A sociedade do corpo místico: a formação do império e a fundação da América Portuguesa
- Jacob Roland: um jesuíta flamengo na América Portuguesa
- Cumprimento de missões militares na América Latina
- Entre a corte e a revolução: a atuação de um "negociante" na América sede do Império português