A modernidade em Joyce : tradição e ruptura

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1999

RESUMO

A proposta dessa tese de doutoramento é mostrar de que forma a imaginação literária pode nos auxiliar na compreensão da realidade histórica contemporânea, marcada por profundas rupturas e transformações na ordem das coisas, e que emerge fazendo tábua rasa de seus legados culturais. A partir do desenvolvimento de um estudo intertextual em torno de três obras da literatura ocidental; a Odisséia de Homero, a Eneida de VirgíTio e o Ulisses de James Joyce, procuramos estabelecer uma tensão entre as poéticas antiga e moderna para refietirmos sobre a falta de verdades estáveis na modernidade, cuja ênfase é depositar cada vez maior peso no pensamento sobre o futuro considerando-o como dinâmico o superior ao passado, o que torna o vasto quadro das experiências passadas em si mesmo obsoleto, decretando dessa maneira o esquecimento da própria memória. Assim, visando uma reflexão significativa sobre o nosso tempo, construímos um jogo intertextual a demandar um núcleo: a desorientaçâo do homem moderno num mundo onde a tradição cultural tende a diluir-se. O resultado desse estudo permite que venhamos a estabelecer um diálogo complexo entre discursos poéticos e filosóficos, fazendo com que a Literatura e a Filosofia figurem como preocupações-chaves no pensamento contemporâneo, para somar forças contra o lado obscuro da modernidade. Nesse sentido, o Ulisses de Joyce, texto que se inscreve no modelo da poesia épica helênica, conquanto apresente uma sucessão vertiginosa de estilos e movimentos, servirá para exemplificar a insatisfação da palavra poética moderna empenhada em sobrepor-se às limitações da realidade.

ASSUNTO(S)

intertextualidade memoria

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