À luz dos vitrais, a história da arquidiocese de Vitória, Espírito Santo, no período entre 1979 e 1984, a partir da trajetória política de Dom João Batista da Mota e Albuquerque

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

À luz dos vitrais, esta dissertação apresenta a história da Arquidiocese de Vitória, no Espírito Santo, entre os anos de 1979 e 1984, por meio de um recorte biográfico a partir da historiografia contemporânea de Dom João Batista da Mota e Albuquerque, Arcebispo da Igreja de Vitória. A análise deste ator social, bem como de seu tempo e espaço, desvenda um emaranhado de relações, conflitos, olhares, revelando a história de uma Igreja particular, suas comunidades, seu povo e suas lutas. O vitral é uma arte cuja beleza pode ser apreciada na medida em que a luz incide sobre as inúmeras peças de vidro coloridas que compõem a imagem. Com a utilização deste recurso pretende-se resgatar a história da Arquidiocese de Vitória, e até mesmo do Estado do Espírito Santo, à luz da trajetória política de Dom João Batista da Mota e Albuquerque. As transformações vividas pela Igreja Católica Apostólica Romana a partir do Concílio Vaticano II (1962 - 1965) são divisoras de águas da presença desta Igreja no mundo. A mística do Concílio, seus documentos, o pacto das catacumbas e os Irmãos de Taizé influenciaram toda a trajetória política e social do Arcebispo de Vitória, que se tornou um multiplicador das idéias conciliares. A realização das Conferências Episcopais Latino Americanas de Medellín (1968) e em Puebla (1979) reafirmaram as orientações do Concílio Vaticano II por toda a América Latina, assumindo um novo modo de ser Igreja, ao definirem como prioridade eclesial a opção preferencial pelos pobres. Toda esta efervescência pós-concílio incentivou no Brasil, a proliferação das Comunidades Eclesiais de Base. Essas comunidades são células da Igreja, que têm como característica a constituição de pequenos grupos para refletirem sua realidade à luz do evangelho. A partir da formação política e social proporcionada às lideranças das CEB, houve um número significativo de leigos e leigas que passaram a atuar na esfera pública inserindo-se, inclusive, em partidos políticos de esquerda. Dom João Batista da Mota e Albuquerque assume esse novo modo de ser Igreja, incentiva a formação de leigos e leigas conscientes de seu papel de cristão e cidadão, organiza conselhos em todas as instâncias eclesiais, e participa ativamente na vida social e política do Estado. E pelo fato de efetuar denúncias contra aqueles que infringiam os direitos humanos foi duramente criticado, e chegou a sofrer ameaças, sendo obrigado a vender um importante veículo de evangelização da Igreja, a Rádio Capixaba. A trajetória política do Arcebispo de Vitória acontece em meio ao jogo pelo poder dentro e fora da Igreja. A organização do povo em luta por seus direitos, a articulação de cidadãos nos movimentos sociais, sindicatos e associações de moradores, os atos institucionais, a perseguição aos militantes de esquerda, e o movimento estudantil, são alguns dos cenários que compõem os inúmeros vitrais nos quais o ator esteve inserido, marcando significativamente a história do Espírito Santo e da Igreja de Vitória

ASSUNTO(S)

biografia igreja poder estado do espírito santo vitrais política comunidade eclesial de base historia

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