A lepra e o evasivo M. leprae: a troca de informações médicas nos períodos colonial e imperial do século XIX
AUTOR(ES)
Robertson, Jo
FONTE
História, Ciências, Saúde-Manguinhos
DATA DE PUBLICAÇÃO
2003
RESUMO
No século XIX, abordagens humorais da lepra deram origem a sucessivos modelos da doença baseados na anatomia patológica, na fisiopatologia e na bacteriologia. As relações entre esses modelos da doença foram reforçadas pela onipresente metáfora 'da semente e do solo', difundida tanto antes quanto depois da identificação do M. leprae. À época em que a metáfora fornecia um elo de ligação contínuo entre as várias descrições médicas da doença, Henry Vandyke Carter publicava On leprosy (1874), estabelecendo uma convergência de seus diferentes modelos. Simultaneamente, a metáfora se fazia presente nos debates médicos e populares de fins do século XIX, juntamente com o medo do surgimento da lepra na Europa. Mais recentemente, o mapeamento do genoma humano determinou a formulação de um novo modelo para a doença. Mas, ironicamente, enquanto as pesquisas concernentes a ela se apóiam numa visão de mundo em que a metáfora da semente e do solo ainda expressa diferentes aspectos da ação da doença, o próprio bacilo permanece refratário a todos os esforços visando seu cultivo.
ASSUNTO(S)
lepra m. leprae anatomia patológica henry vandyke carter g. armauer hansen
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