A influência dos sintomas depressivos e do uso de substâncias na adesão à terapia antirretroviral. Um estudo transversal de prevalência

AUTOR(ES)
FONTE

Sao Paulo Med. J.

DATA DE PUBLICAÇÃO

19/09/2014

RESUMO

CONTEXTO E OBJETIVO:Adesão ao tratamento antirretroviral (TARV) não é uma condição estável, mas dinâmica, como os transtornos mentais. O objetivo deste estudo foi verificar se a não adesão ao TARV relaciona-se às variáveis demográficas e imunológicas, ao uso de substâncias e à presença de sintomas depressivos.DESENHO E LOCAL:Este estudo transversal de prevalência foi realizado em um serviço público para tratamento de pessoas HIV-positivas na cidade de São Paulo, Brasil, entre julho 2006 e janeiro 2007.MÉTODOS:438 pacientes em regime regular de TARV, que tinham exames laboratoriais recentes, responderam a questionário demográfico, questões sobre uso de substâncias, Escala de Hamilton para Depressão (HAM-D) e Questionário Simplificado de Adesão à Medicação (QSAM).RESULTADOS:A prevalência de não adesão nos últimos três meses (um padrão de interrupção de tratamento) foi de 46,3% e de 27,2% na última semana (um padrão de perda de doses). A interrupção do TARV relacionou-se significativamente a maior idade, menor contagem de células CD4+ e contágio homo/bissexual, enquanto o padrão de perda de doses relacionou-se significativamente com idade mais jovem, pontuação mais alta na HAM-D e maior carga viral de RNA HIV.CONCLUSÃO:A interrupção do TARV pode refletir erros de memória e mudanças nas características demográficas brasileiras da infecção por HIV. A perda de doses pode refletir aspectos de estilo de vida de indivíduos mais jovens. O atendimento de indivíduos HIV-positivos, particularmente os mais jovens, deve envolver intervenções e aconselhamento em relação à presença de sintomas depressivos.

ASSUNTO(S)

hiv depressão adesão à medicação terapia antirretroviral de alta atividade sistema imunológico

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