A infecção pelo HTLV- I não está associada a maior risco de morte em pacientes peruanos infectados pelo HIV
AUTOR(ES)
Collins, Jaime A., Hernández, Adrián V., Hidalgo, José A., Salazar, Raúl
FONTE
Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo
DATA DE PUBLICAÇÃO
2009-08
RESUMO
Existe informação limitada e contraditória sobre o prognóstico da co-infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana Tipo 1 (HIV-1) e Vírus Linfotrópico de Células T Humanas Tipo I (HTLV-I). Nosso objetivo foi estimar o efeito da infecção pelo HTLV-I na mortalidade de pacientes infectados pelo HIV-1 em Centro de Referência de HIV no Peru. Trata-se de uma coorte retrospectiva de pacientes infectados pelo HIV, expostos ou não expostos ao HTLV-I. Os pacientes expostos tiveram resultados positivos no Western Blot (WB) para ambos retrovírus. Os pacientes não expostos tiveram resultados positivos para o HIV-1 e pelo menos um teste de EIA negativo para o HTLV-I. Esses pacientes foram selecionados entre aqueles que entraram no nosso Programa imediatamente antes ou depois de cada paciente exposto, no período de janeiro de 1990 a junho de 2004. O tempo de sobrevida foi considerado entre o diagnóstico da exposição ao HTLV-I e a morte. As variáveis de confusão foram: idade, gênero, estágio clínico basal da infecção pelo HIV-1, contagem basal de células CD4, e terapia anti-retroviral. Estudamos 50 pacientes expostos e 100 não expostos. Os pacientes expostos tiveram menor sobrevida quando comparados aos não expostos [mediana de sobrevida: 47 meses (95% IC: 17-77) versus 85 meses (70-100), p não ajustado < 0.06]. Os pacientes expostos tiveram maior risco de morte quando comparados aos não expostos (HIV-1/HTLV-I (24/50 [48%]) versus HIV-1 só (37/100 [37%]) p univariado = 0.2). A exposição ao HTLV-I não foi associada a maior risco de morte na análise ajustada: HR: 1.2 (0.4-3.5). O estágio clínico da infecção pelo HIV-1 e a ausência de terapia anti-retroviral foram associados a maior risco de morte. Em conclusão, a infecção pelo HTLV-I não foi associada a maior risco de morte em pacientes peruanos infectados pelo HIV-1. A infecção avançada pelo HIV-1 e a falta de terapia anti-retroviral podem explicar o excesso de mortalidade nesta população.
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