A fragilidade e suas representações para idosos domiciliados no contexto da estratégia de Saúde da Família

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Este estudo teve como objetivo analisar representações sociais para idosos de sua situação de fragilidade em domicílio, com a presença de uma ou mais características, conforme definição estabelecida pelo Ministério da Saúde. É um estudo do tipo descritivo e de natureza qualitativa, fundamentado em princípios teórico-metodológicos da Teoria das Representações Sociais. Teve como cenário o domicílio de idosos residentes em área adscrita da Unidade de Saúde da Família (USF), da zona administrativa leste do Município de Natal/RN. Participaram 10 idosos (as), oriundos de zona rural (com exceção de um). Sete eram mulheres, sete sem cônjuge, apenas um sem filho, todos eles com aposentadoria ou pensão, a maioria sendo chefes de família e morando com filhos e outros parentes. A sua escolha foi intencional e de acordo com a necessidade de visita domiciliária da USF num período de tempo estabelecido, considerando o processo de saturação das informações. Como procedimentos de coleta, foram utilizadas a entrevista semiestruturada acompanhada de formulário e a observação participante, e conforme os preceitos éticos da Resolução n. 196/96, com parecer favorável do Comitê de Ética e Pesquisa da UFRN. Para a análise dos resultados, utilizou-se a análise de conteúdo temática na vertente de elaboração das representações, centrada na totalidade do discurso dos sujeitos, os chamados sujeitos genéricos contextualizados e capazes de representar o grupo no indivíduo. Os resultados obtidos indicam que a maioria dos (as) participantes deste estudo se expressava com dificuldades, para falar ou dar significado aos termos fragilidade e ser frágil, mesmo considerando que a sua maioria (oito) apresentava um ou mais dos aspectos da síndrome de fragilidade. A partir da análise de conteúdo das falas das pessoas idosas participantes deste estudo, foram alcançadas as seguintes categorias: Fragilidade como doença e Doença como envelhecimento; O envelhecimento e a fragilidade como causadores de mudanças e dificuldades na vida diária; A presença de familiares na vida da pessoa idosa frágil; Fragilidade como algo que representa fraqueza e sua relação com o risco de sofrer quedas; A percepção de que ser frágil torna o idoso uma pessoa diferente; e A fragilidade não faz parte da vida do idoso. Contudo, a partir do referencial da Teoria das Representações Sociais, inferiu-se que a fragilidade está ancorada no contexto domiciliar, nas atividades da vida diária, na condição de saúde, nas alterações fisiológicas percebidas e nas dificuldades de vida enfrentadas. Portanto, através desses processos, o ser frágil transformou-se em algo familiar e concreto, mostrando que o significado da fragilidade, além da definição científica encontrada nos universos reificados, pode ser ressignificado e construído dentro de universos consensuais. Sobre a atenção recebida pela equipe de Saúde da Família e pelo (a) enfermeiro (a), na visão dos idosos, ainda não aparecem como profissionais presentes e atuantes, embora eles façam menção à atuação do Agente Comunitário de Saúde (ACS)

ASSUNTO(S)

envelhecimento idoso fragilizado enfermagem saúde da família enfermagem aging frail elderly nurse health family

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