A força da ausência. A falta dos homens e do “Estado” na vida de mulheres moradoras de favela

AUTOR(ES)
FONTE

Sex., Salud Soc. (Rio J.)

DATA DE PUBLICAÇÃO

2020-12

RESUMO

Resumo Com base no trabalho de campo realizado em um complexo de favelas do Rio de Janeiro, analiso as condições de precariedade produzidas por ausências ativas masculinas, quer seja exercida pelas administrações de Estado ou por ausências masculinas na vida de mães e mulheres pobres. A partir das discussões antropológicas sobre gênero e Estado, o campo destas ausências é analisado enquanto um conjunto de forças sistemáticas e cotidianas. Essas forças se revelam de diferentes formas: seja por não receber “ajuda nenhuma do pai da criança”, por não conseguir “uma vaga na creche”, por “ter que se virar” para cuidar dos filhos sozinha e por ter que lidar com a política de invasões, tiroteios e extermínio exercida nos territórios de favelas. A ausência ativa de Estado também se materializa na ação das casas destinadas a “tomar conta” de crianças e das creches públicas, espaços voltados ao atendimento das famílias pobres. Na tentativa de refletir sobre este campo múltiplo de “faltas”, procuro relacionar de que modo estas ausências estão associadas a dinâmicas de “violência” que incidem sobre comportamentos femininos apontados como “nervosos”, “agressivos” ou “negligentes”.

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