A face do outro: o particular versus o individual

AUTOR(ES)
FONTE

Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi. Ciênc. hum.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2017-08

RESUMO

Resumo Cinco estudos de caso interligados, abrangendo o período entre os séculos XVI e século XX, desenvolvem o contraste dinâmico entre retrato e novos gêneros pictóricos inventados na e sobre a América Latina, que não representam seus sujeitos como indivíduos, apesar da ênfase descritiva no elemento particular. Do texto proto-etnográfico e inaugurador de gênero, Jean de Léry (1578) sobre os Tupinambá do Brasil, ao tratamento dado à classe dominante Criole na Nova Espanha, como pessoas que merecem ser lembradas, em oposição à Mestizaje, aos africanos e aos indígenas das classes subalternas, objetificados como tipos merecedores de estudos científicos, distinções hierárquicas entre o retrato e imagens etnográficas podem ser enquadradas em termos históricos, sob as categorias aristotélicas do universal e do particular. Alguns exemplos intrigantes também existem, que desestabilizam essas distinções herdadas, tais como a imagem perturbadora e pungente da criança deformada, Juan Pantaléon Aviles, pintada pelo artista porto-riquenho José Campeche em 1808; e um retrato imaginário de Montezuma II, de c. 1697, baseado em uma imagem etnográfica atribuída ao reputado pintor mexicano Antonio Rodriguez. Essas anomalias servem para focar o estudo na posição hegemônica atribuída ao observador, denunciando-a como de fato precária e instável, sempre pronta para reinterpretação junto ao polo receptor da cultura europeia.

ASSUNTO(S)

etnografia retratos mestiçagem tupinambá josé campeche jean de léry

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