A evolução a médio prazo da correção cirúrgica da estenose mitral congênita
AUTOR(ES)
Atik, Fernando A., Duncan, Brian W., Rosenthal, Geoffrey L., Kawase, Isamu, Joshi, Raja, Mee, Roger B. B.
FONTE
Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery
DATA DE PUBLICAÇÃO
2003-12
RESUMO
OBJETIVO: Analisar a evolução de pacientes portadores de estenose mitral congênita (EmiC) submetidos a tratamento cirúrgico, buscando estudar os fatores desfavoráveis da plastia valvar e os seus marcadores de durabilidade. MÉTODO: De 1989 a 2002, 23 pacientes foram submetidos a tratamento cirúrgico da EmiC, excluindo aqueles com defeito do septo atrioventricular, e formas univentriculares. A idade mediana foi de 15,5 meses (variação de 2 a 204), e o peso mediano foi de 11 kg (variação 4,5 a 51,6 kg). Anomalias associadas estiveram presentes em 17 (73,9%), complexo de Shone em nove (39,1%) e hipertensão pulmonar em 14 (60,9%). A estenose mitral era grave em 14 (60,9%) pacientes, e moderada no restante (gradiente transmitral mediano de 16 mmHg, variação 8,5 a 32). A plastia valvar foi realizada em 18 (78,3%) pacientes e a troca em cinco (21,7%). As técnicas de plastia incluiram a papilarotomia (n=10), ressecção de membrana supravalvar (n=9) e comissurotomia (n=8). Doze (52,2%) pacientes requereram procedimentos associados. RESULTADOS: Não houve óbitos precoces ou tardios num seguimento médio foi de 58,5 ± 46,7 meses (variação 1 a 156 meses). O tempo médio de hospitalização foi de 12,7 ± 8,2 dias. Não foram encontrados fatores de risco associados a insucesso da plastia valvar. A curva atuarial livre de reoperações em cinco anos foi de 67,1% (IC 95%: 56,8% a 77,4%). O grupo submetido a plastia valvar necessitou de reoperação em oito (44,4%) pacientes, sendo dois precoces e seis tardios, comparados com uma (20%) reoperação no grupo submetido à troca valvar. A presença de hipertensão pulmonar no pré-operatório esteve relacionada significativamente (p<0,005) a maiores taxas de reoperação. Todos os pacientes, exceto dois, encontram-se em classe funcional I da NYHA e o ecocardiograma mostra no máximo insuficiência e/ou estenose mitral leve. CONCLUSÕES: As reoperações foram o maior fator de morbidade no seguimento a médio prazo e a hipertensão pulmonar pôde ser considerada o fator adverso de durabilidade da plastia mitral, a qual foi o tratamento de escolha para a estenose mitral congênita.
ASSUNTO(S)
estenose da valva mitral estenose da valva mitral valva mitral cardiopatias congênitas
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