A ENUNCIAÇÃO DO ANALISTA COMO (TRADUÇÃO) POÉTICA: UM PERCURSO PELA POESIA CONCRETA PARA ROÇAR LALÍNGUA DA TÉCNICA LACANIANA

AUTOR(ES)
FONTE

Ágora (Rio J.)

DATA DE PUBLICAÇÃO

27/05/2019

RESUMO

RESUMO: Propomos compreender a poética (Aristóteles, Benjamim) como um aspecto da técnica de enunciação psicanalítica. Partindo da postulação lacaniana conhecida como lalíngua, encontra-se um paralelo entre esta língua preconizada por Lacan e o uso da linguagem tal qual ele é feito na composição da poesia concretista. Através da análise literária de dois poemas brasileiros desta escola, somados às narrativas dos próprios poetas sobre o processo criativo que os incutiu, perfaz-se um caminho para a compreensão da assertiva lacaniana de que “o inconsciente é um savoir-faire com lalíngua” como uma consideração sobre o aspecto de criação poética imbuído no enunciado do analista.Abstract: This article proposes an analogy between poetic function and psychoanalytic interpretation. Departing from the Lacanian postulation known as lalangue, we intend a parallel between this concept and the use of language as it is performed in concretist poetry. Through the literary analysis of two Brazilian poems of this school, Chico Buarque’s Construction and Arnaldo Antunes’s The pulse, we suggest the understanding of Lacan’s assertion (“the unconscious is a savoir-faire with lalangue”) as a consideration of the poetic aspect of the interpretative technique in psychoanalysis.

Documentos Relacionados