A enfermeira : uma protagonista que produz o cuidado no cotidiano do trabalho em saude

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1998

RESUMO

Esta pesquisa tem como objeto de estudo o trabalho das enfermeiras. Teoricamente, iniciamos nossas reflexões acerca desse tema em nosso curso de Mestrado em Educação, na década de 80, quando buscamos apreender a percepção das enfermeiras sobre as contradições entre o ensino e a prática da enfermagem. Na ocasião, muitas outras indagações emergiram e ficaram sem respostas ou mesmo sem compreensão. Tanto no Mestrado quanto neste estudo, o Hospital Cassiano Antônio de Moraes (HUCAM) fez parte do cenário escolhido para a produção do campo empírico. Dentre os motivos que nos levaram a escolher essa instituição, certamente a nossa inserção profissional/institucional reforçou, na atual pesquisa, os motivos que nos levaram a tomar novamente esse local e nele o trabalho cotidianamente produzido pelas enfermeiras/enfermagem. Assim, esta pesquisa propõe-se a realizar um estudo sobre o trabalho das enfermeiras, utilizando como fonte metodológica a Teoria das Representações Sociais, buscando apreender os estilos de ação político-institucionais das protagonistas ao cotidianamente estarem organizando essa prática. Os dados empíricos foram mostrando os modos como as enfermeiras se vêem e são vistas pelos distintos protagonistas institucionais, sendo esses modos, muitas vezes, pautados em ações que se respaldaram num agir que emergiu da impotência ou pela potência das protagonistas em ação proporem e imprimirem mudanças. No que diz respeito aos estilos de ação político institucionais, percebemos a dinamicidade dos movimentos que produzem esses estilos dados, muitas vezes, pelas ações que se constituíram como: conservadoras; submissas; mas emergiram também enquanto ações que eram tanto transformadoras, como podiam ser autoritárias ou mesmo participativas. O estudo nos permitiu vislumbrar a necessidade de se potencializar estilos de ação político-institucionais transformadores que tomem o processo de trabalho e a gestão cotidiana desse processo de forma participativa e compartilhada entre os diferentes protagonistas institucionais. Agindo como facilitadores da produção de autogoverno desses trabalhadores, incentivando, ainda, situações que qualifiquem o trabalho, mas também a vida dos protagonistas na relação com o seu "fazer" profissional.

ASSUNTO(S)

saude publica enfermeira e paciente serviços de enfermagem

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