A emergência da biotipologia no Brasil: medir e classificar a morfologia, a fisiologia e o temperamento do brasileiro na década de 1930
AUTOR(ES)
Gomes, Ana Carolina Vimieiro
FONTE
Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi. Ciênc. hum.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2012-12
RESUMO
O artigo analisa a emergência da biotipologia nas ciências biomédicas do Brasil na década de 1930, na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, onde existiu um Gabinete de Biotipologia vinculado à cadeira de Clínica Propedêutica. A biotipologia congregava conhecimentos da ciência experimental e da medicina constitucional. Primava pela visão holística sobre o corpo do indivíduo e suas práticas científicas consistiam em medidas morfológicas, fisiológicas e psicológicas como base para a classificação. Por meio da obra "O Normotypo Brasileiro", do médico Isaac Brown, busca-se analisar as práticas de medida e classificação das características biológicas dos corpos dos brasileiros. Os modelos biotipológicos adotados no Brasil foram inspirados nas obras dos italianos Nicola Pende, Giacinto Viola e Mario Barbàra. Todavia, os médicos brasileiros criaram suas próprias classificações, adaptando e reconstruindo os modelos originais. Num momento de intenso debate sobre a 'identidade nacional', sugiro que a biotipologia, com suas práticas de produção de pessoas, foi mobilizada como um instrumento para a definição de um tipo físico brasileiro.
ASSUNTO(S)
biotipologia normalidade normotipo identidade nacional
Documentos Relacionados
- A mirada da biotipologia no Sul do Brasil: discurso e prática nas décadas de 1930 e 1950
- Biotipologia, regionalismo e a construção de uma identidade corporal brasileira no plural, década de 1930
- O intelectual brasileiro e o argumento do cangaço na década de 1930
- O Gabinete Biométrico da Escola de Educação Física do Exército: medir e classificar para produzir corpos ideais, 1930-1940*
- IDORT E DIFUSÃO DO MANAGEMENT NO BRASIL NA DÉCADA DE 1930