A educação cindida e a formação do sujeito : para alem de uma pedagogia do "bem" e do "mal"

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

Ao escrevermos esta Tese em Educação, não temos como pressuposto afirmar uma "nova verdade educativa", pois já existem tantas; e sim, abandonar por completo o anseio pela "verdade" e em seu lugar permitir que transpareça o "vir a ser pedagógico". Aqueles que sabem da "verdade pedagógica" fazem da educação uma prática antecipada, ou seja, a priori, sabem como as coisas devem acontecer "corretamente" e insistem que a pedagogia deva ser o método mais "adequado" para o sucesso do "processo de ensinoaprendizagem". Na pesquisa, buscamos pensar a atividade educativa apenas como um encontro de sujeitos desprovidos de qualquer formulação teórica com um "objetivo" ou "ordenação" e inseridos numa relação em que se perca todo o "controle dos resultados" para que se corram os "riscos" da vida. Assim sendo, estamos nos referindo diretamente a uma "teoria da educação" que esteja para além da pedagogia do "bem" e do "mal". Entretanto, a "insistência pedagógica" em manter os sujeitos posicionados entre as coisas do "bem" e do "mal" tem contribuído para a formação dos agrupamentos - grupos e massas -lugares onde se cultiva a intolerância e o ódio para com a diferença do outro. Podemos afirmar que a contribuição da nossa pesquisa é a de poder instigar os educadores a pensarem numa pedagogia que permita ampliar a tolerância para com a diferença a ponto de deixar transparecer o "vir a ser" - o espanto. Para tanto, teremos que negar o desejo do outro de querer fixar o nosso sujeito "em ser", contrariando todo o "amor" que ele nos dá e "tristemente" frustrá-lo ao mostrar que podemos fazer as coisas de um outro modo. Podemos concluir que uma relação educativa "humana, demasiadamente humana" deveria deixar de lado as "certezas pedagógicas" e desde já assumir os "riscos" na formação do sujeito e aprender que há momentos em que se "caminha", outros em que se "pára" e outros em que se "retrocede". São esses "ziguezagues" que tomam as "práticas", por "excelência", a relação entre sujeitos; e não entre coisas

ASSUNTO(S)

filosofia psicanalise psicologia educacional educação

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