A avaliação de gravidade de mulheres em estado grave por pré-eclâmpsia: estudo caso-controle

AUTOR(ES)
FONTE

Revista Brasileira de Terapia Intensiva

DATA DE PUBLICAÇÃO

2006-03

RESUMO

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A avaliação de gravidade e do prognóstico de pacientes obstétricas através de escores é ainda tema controverso, sendo escassa a informação sobre mulheres com pré-eclâmpsia. Esta é uma das maiores causas de morbidade materna grave e de mortalidade materna, além de ser também uma das principais causas de internação obstétrica em UTI. Os objetivos deste estudo foram avaliar e comparar a aplicação do APACHE II, SAPS II e MPM II em população de mulheres com pré-eclâmpsia e em população feminina não-obstétrica. MÉTODO: Foi realizado um estudo caso-controle com 28 mulheres pré-eclâmpticas e 56 pacientes femininas não-obstétricas admitidas em unidade de terapia intensiva geral, num período de 10 anos. A acurácia preditiva dos sistemas de avaliação prognóstica foi estimado através da área sob a curva ROC. RESULTADOS: A taxa de mortalidade no grupo de estudo foi de 21,4% (6:28) e 35,7% (20:56) no grupo controle, com OR = 0,49 (95%CI = 0,17-1,41). As principais causas de admissão à UTI de mulheres com pré-eclâmpsia foram: síndrome HELLP, coma e edema pulmonar agudo. Na população com pré-eclâmpsia, apenas o escore MPM II mostrou uma área sob a curva ROC estatisticamente diferente de 0,500, enquanto que no grupo controle, todos os sistemas de escore apresentaram uma área estatisticamente diferente de 0,500. CONCLUSÕES: De acordo com os achados do presente estudo, concluímos que a aplicação do sistema APACHE II e SAPS II para avaliar mulheres com pré-eclâmpsia em estado grave de saúde é possivelmente inapropriado.

ASSUNTO(S)

escores de gravidade pré-eclâmpsia morbidade materna grave terapia intensiva obstétrica

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