A autorrepresentação do judeu mediada pelo olhar do nacional em "Natal sem Cristo" de Samuel Rawet
AUTOR(ES)
Kirschbaum, Saul
FONTE
Estud. Lit. Bras. Contemp.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2016-12
RESUMO
resumo Rawet nasceu na Polônia em 1929 e imigrou para o Brasil em 1936. Tendo vivido seus primeiros anos em um shtetl, sua infância foi marcada pela onipresença da ambiência judaica. O afastamento desse meio ambiente, colocando-o em contato com uma população majoritariamente não-judaica, irá desenvolver sua autopercepção de imigrante, um estranhamento que marcará toda sua obra. Por outro lado, Rawet acabou por afastar-se radicalmente da própria comunidade judaica, à qual acusou, em 1977, de mineralidade. Colocado, assim, na situação kafkiana de não ter para onde ir e nem para onde voltar, viu-se em posição privilegiada para refletir, em sua ficção, as dificuldades de convívio, que se manifestam, na literatura, como representação: como o judeu representa os nacionais e como se vê representado por eles. Em "Natal sem Cristo" (Diálogo, 1963), Nehemias, judeu, professor de história, 30 anos, é convidado por um amigo cristão para a ceia de Natal com sua família. É a ocasião perfeita para vermos como, na opinião de Rawet, cada membro da família vê aquele ser estranho, e como o protagonista avalia as atitudes de cada um em relação aos judeus.
ASSUNTO(S)
samuel rawet estranhamento imigrantes antissemitismo