Desenvolvimento de bebida láctea fermentada adicionada de polpa de mangaba e suplementada com ferro

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

16/12/2011

RESUMO

No Brasil, o soro de leite torna-se uma importante matéria-prima que pode ser utilizada na produção de bebida láctea, devido à sua grande oferta, suas características nutricionais, propriedades funcionais, potencial poluidor e baixo custo. Objetivou-se desenvolver uma bebida láctea fermentada adicionada de polpa de mangaba e suplementada com ferro, a fim de obter uma alternativa alimentar de baixo custo, de qualidade, com alto valor nutricional e considerável aceitação por escolares do Norte de Minas Gerais. Avaliou-se o efeito da concentração de sólidos não gordurosos e sacarose na acidificação de iogurte. Realizaram-se análises microbiológicas e físico-químicas das bebidas desenvolvidas, bem como se avaliou a estabilidade e sua aceitabilidade por crianças e adolescentes escolares. Prepararam-se iogurtes para avaliar a melhor concentração de sacarose a ser utilizada frente à acidificação do produto, a partir de leite em pó com concentrações de 6, 8, 10 e 12 % de sólidos não gordurosos e 4, 6, 8 e 12 % de sacarose, adicionou-se cultura lática mista de Lactobacillus delbrueckii ssp bulgaricus e Streptococcus termophilus. Coletaram-se amostras de iogurte em tempos pré-determinado para a análise de acidez e pH. Os fatores tempo, sólidos não gordurosos e teor de sacarose foram significativos (p<0,05), exceto a concentração de sacarose em relação ao pH. Portanto, as variáveis pH e acidez comportaram-se de maneira independente em função dos fatores estudados. Observou-se o decréscimo da acidez titulável em função da concentração de sacarose no leite. Houve interação significativa entre os valores de pH e as concentrações de sacarose utilizadas neste estudo. Logo, ainda que possa haver diferenças na textura e viscosidade do coágulo, não se observou diferenças em relação à produção de ácido e decréscimo do pH. Duas formulações de bebida láctea foram processadas no Laboratório de Tecnologia de Alimentos, no Instituto de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Minas Gerais, em Montes Claros, como o intuito de avaliar a qualidade microbiológica das bebidas lácteas desenvolvidas. Realizou-se análise de coliformes totais e fungos filamentos e leveduras, verificando os critérios e requisitos mínimos para consumo do produto. Realizou-se também análises físico químicas de pH, acidez, umidade e voláteis, extrato seco total e cinzas, conforme estabelecido pela legislação vigente. A análise de coliformes totais e fungos filamentosos e leveduras apresentou negativo nas amostras das duas bebidas lácteas fermentadas elaboradas. O resultado revelado nessas análises pode estar relacionado às boas condições higiênico-sanitárias durante o processamento das bebidas lácteas fermentadas, visto que os coliformes totais são consideravelmente sensíveis ao tratamento térmico e ao uso de sanitizantes e detergentes nos processos de higienização. Houve uma redução gradativa do pH em consonância ao aumento da acidez, predominantemente, expressa pela presença de ácido lático no meio, nos intervalos de tempo 0, 7, 15, 21 e 28 dias, nas duas bebida avaliadas, entretanto os valores avaliados não apresentaram diferença significativa entre si. As formulações de bebidas lácteas fermentadas adicionadas de polpa de mangaba e suplementada com ferro apresentaram boas condições sanitárias, uma vez que não foram detectados os microrganismos avaliados. Diante das características físico-químicas analisadas observou-se que o teor de umidade e voláteis aumenta à medida que se adiciona maiores quantidades de soro à bebida, enquanto as concentrações de sólidos totais e cinzas apresentam-se inversamente proporcional a esse aumento de soro em detrimento do leite. As bebidas lácteas fermentadas comportaram-se com boa estabilidade durante os 28 dias de estocagem sob refrigeração, com valores de pH e acidez mantendo-se dentro dos valores adequados para este tipo de alimento. As formulações diferiam quanto ao conteúdo de leite e soro, a que continha 70 % (v/v) de leite e 30 % (v/v) de soro de leite foram identificadas como Bebida Láctea Fermentada 1 e a que continha 50 % (v/v) de leite e 50 % (v/v) de soro de leite foi identificada como Bebida Láctea Fermentada 2. A cultura lática termofílica usada era composta de Streptococcus termophilus e Lactobacillus delbrueckii ssp bulgaricus na proporção de 2:1. Padronizou-se a adição de ferro para as duas bebidas, seguindo os parâmetros propostos pela legislação vigente. A partir dos resultados obtidos na avaliação sensorial realizada por meio da aplicação da Escala Hedônica Híbrida, observou-se que as duas formulações obtiveram uma aceitabilidade distinta, cuja bebida láctea 2 apresentou maior preferência comparado à bebida láctea 1, estando a primeira com aceitação superior a 85 %, conforme preconizado para que uma preparação possa ser inserida na alimentação dos escolares. Como visto no presente trabalho, a bebida láctea 2 adicionada de polpa de mangaba e suplementada com ferro aminoácido quelato apresentaram elevada aceitabilidade para todas as variáveis analisadas, sendo viável sua comercialização pelas indústrias de lácteos. Reforçando a possibilidade do uso do soro de leite no preparo de derivados lácteos como forma de aproveitamento, minimizando os transtornos trazidos pelo seu descarte e obtendo os benefícios tecnológicos e nutricionais dos seus constituintes, especialmente, no que tange às proteínas do soro.

ASSUNTO(S)

ciências agrárias teses.

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